De olho no Seguro Rural

É quase certo que você viu (mais de uma vez) notícias de desarranjos climáticos nos últimos meses. Ora foi a seca que atingiu a região Sul e o estado de Mato Grosso do Sul trazendo prejuízos de mais de R$ 45 BI, ora foi as chuvas em excesso na região centro oeste, mais precisamente no Mato Grosso.

Esses eventos climáticos fizeram com que o Seguro Rural se tornasse assunto presente em um número maior de negócios quando comparamos a comercialização do mesmo com o primeiro semestre de 2021. Houve um crescimento de 50,3% no número de contratações.

O que também cresceu foi o valor pago em indenizações. Em 2020 foram devolvidos R$ 2,5 BI. Em 2021 o montante pago aos produtores chegou a R$ 5,4 BI, já em 2022, apenas nos 3 primeiros meses, as companhias seguradoras habilitadas no Programa de Subvenção do Seguro Rural (PSR) já pagaram cerca de R$ 5,8 BI em indenizações, decorrentes dos sinistros observados em lavouras, principalmente de soja e milho.

Tendo em vista estes cenários, o Ministério da Agricultura já divulgou algumas informações referente ao PSR para 2022. Conforme o MAPA divulgou no último dia 17, serão destinados R$ 990 milhões, distribuídos em 140 mil apólices. Deste orçamento, R$ 500 milhões serão destinados às culturas de inverno.

Esse acréscimo no orçamento, o montante pago nas indenizações, as imprevisibilidades do clima e outros fatores têm trazido ônus ao Seguro Rural. As 16 seguradoras habilitadas para operar no PSR têm se tornado mais exigentes na hora das contratações.

Algumas categorias de solos começarão a não ser contempladas e o valor do seguro provavelmente aumentará (em comparação com o ano de 2021), principalmente pela limitação de capacidade que os resseguradores do mundo estão aplicando. Em 2022, você produtor rural, não deixe para a última hora a contratação do seguro para sua lavoura. Tendo em vista tudo o que foi trazido neste texto, quanto antes você der entrada no processo, mais chances você terá de conseguir o auxílio do PSR e a proteção do seu negócio.

Nos últimos anos nos deparamos com diversos produtores fazendo seguros inadequados, vinculados a créditos, os famosos seguros feitos “goela abaixo”, e depois, quando há sinistro, sempre há as letras miúdas. Dito isso, outro conselho que gostaria de deixar é: Antes de contratar um seguro, consulte um corretor especialista no ramo e que seja de sua confiança.

O clima tem sido impiedoso com as lavouras e a saúde financeira do seu negócio depende de você.

Abs.