Novembro Azul

Câncer de próstata, 9 perguntas pra você tocar nesse assunto

Tempo de leitura: 6 minutos

O mês de novembro se finda e provavelmente você viu muitas ações sobre o Novembro Azul (Movember) ao longo do mês. Desde 2012 iniciou-se uma campanha mundial que reúne diversas iniciativas que objetivam conscientizar o público masculino sobre a importância da prevenção, detecção precoce e combate ao do câncer de próstata.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimam que no Brasil, este é o segundo tipo mais comum de câncer, atrás apenas do câncer de pele. E os dados alarmantes não param por aí, de forma geral ele é o sexto tipo de câncer mais comum no mundo e o que mais acomete os homens. Estima-se que todos os anos são descobertos 68 mil novos casos da doença em homens a partir de 65 anos, desses, quase 14 mil acabam em morte.

Esse número é corroborado pelo diagnóstico tardio ocasionado pelo preconceito do público masculino em realizar o exame de prevenção. Por se tratar de um procedimento com toque no reto muitos se negam a realizá-lo mesmo sabendo dos riscos que correm. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), em um levantamento recente apurou que 51% dos homens brasileiros nunca consultaram um urologista. Para o Instituto Lado a Lado, criador do Novembro Azul, 87% dos homens afirmam que o preconceito atrapalha na realização do acompanhamento periódico.

Listamos algumas perguntas e respostas frequentes sobre o tema para ajudá-lo a informar-se sobre o tema. Leia, informe-se e compartilhe!

#1. O que é e pra que serve a próstata?

Para falarmos sobre o câncer é preciso entender o que é e qual a importância da próstata para o bom funcionamento do organismo.

A próstata é uma glândula encontrada na parte inferior do abdômen masculino, abaixo da bexiga. Ela é responsável pela produção de parte do sêmen.

 

#2. O câncer de próstata acomete muitos homens?

Como dito anteriormente, o câncer de próstata é um dos tipos de câncer que mais acometem os homens. Depois do câncer de pele, ele é o tumor maligno mais comum nos homens, representando cerca de 10% de todos os cânceres diagnosticados. Estima-se que um em cada seis homens vai desenvolver o câncer de próstata durante sua vida. No Brasil, segundo o INCA, estima-se que em 2019 sejam diagnosticados 68.220 novos casos de câncer de próstata. Felizmente, apesar da incidência crescente, observa-se um declínio das taxas de mortalidade, que caíram cerca de 40% nos últimos 15 anos nos países mais desenvolvidos. Essa redução se deve principalmente ao diagnóstico precoce (através do toque retal e do exame de sangue Antígeno Prostático Específico ou PSA) e ao aperfeiçoamento das formas de tratamento.

 

#3. O câncer de próstata é mais comum em qual faixa etária?

O desenvolvimento do câncer de próstata está relacionado sobretudo ao envelhecimento masculino. Apesar de poder ser diagnosticado em jovens, inclusive abaixo dos 40 anos, o risco aumenta significativamente após os 50 anos, correspondendo a 40% dos tumores nessa faixa etária. A idade média do diagnóstico da doença é de 69 anos, enquanto a do óbito, de 77 anos.

A imagem a seguir mostra como é a incidência de novos casos do câncer de próstata em cada estado do país na proporção para cada 100 mil habitantes.

Números do câncer de próstata

Fonte: http://www1.inca.gov.br/estimativa/2018/mapa-prostata.asp

#4. Quais são os sintomas do câncer de próstata?

O câncer de próstata apresenta um crescimento muito lento, podendo levar até 15 anos para causar algum problema mais sério. Nas fases iniciais ele é silencioso, não causando nenhum sintoma específico. Por isso a necessidade do rastreamento. Os primeiros sintomas podem surgir durante o crescimento local, quando o tumor comprime a uretra (sintomas obstrutivos) ou impede o fluxo de urina, irritando a bexiga (sintomas irritativos):

Sintomas obstrutivos

  • diminuição do jato urinário
  • gotejamento após a micção
  • sensação de esvaziamento incompleto da bexiga
  • micção em dois tempos

Sintomas irritativos

  • aumento da frequência urinária
  • urgência miccional
  • aumento da frequência urinária noturna
  • incontinência urinária

Posteriormente podem surgir os sintomas do câncer de próstata invadindo órgãos vizinhos como a bexiga, ureteres ou reto e eventualmente os linfonodos da pelve e do abdômen que incluem:

  • Dor pélvica
  • Sangue na urina
  • Inchaço escrotal
  • Dor lombar
  • Inchaço das pernas

A maioria das metástases à distância ocorre nos ossos, principalmente na coluna, quadril e costelas, o que pode ocasionar dor localizada nessas áreas. Nos casos mais avançados a doença causa fraqueza, anemia e reduz o apetite. Entretanto, esses sintomas são inespecíficos. Ou seja, podem estar relacionados a outras causas.

#5. Qual a utilidade do toque retal?

O toque retal tem como finalidade detectar qualquer alteração na próstata (endurecimento, nódulos) que possa estar relacionada com a presença do câncer. Apesar de desconfortável, é parte fundamental da avaliação prostática, servindo também para auxiliar na decisão da melhor forma de tratamento, caso o câncer esteja presente.

#6. Quando devo começar a avaliação para detecção do câncer de próstata?

É aconselhado que todos os homens a partir dos 50 anos devam procurar um urologista para definir a rotina de avaliação, após discutirem suas vantagens e desvantagens. A avaliação deve ser feita através do toque retal e de dosagens sanguíneas de PSA. Aqueles com história de câncer de próstata na família (pai, irmãos, tios) e/ou da raça negra devem iniciar essa avaliação aos 45 anos, devido ao maior risco associado.

#7. Como é o tratamento do câncer de próstata?

Caso a doença seja comprovada, o médico pode indicar radioterapia, cirurgia ou até tratamento hormonal. Para doença metastática (quando o tumor original já se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento escolhido é a terapia hormonal.

A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um.

#8. Quais são os principais fatores de risco?

Os fatores de risco são: idade acima de 50 anos, histórico familiar, alimentação inadequada, excesso de peso e sedentarismo. Além disso, os negros, por fatores genéticos, estão mais propícios a desenvolver a doença em um grau mais avançado.

#9. Como se prevenir?

Mesmo sendo a causa do preconceito, a melhor forma de se prevenir é através da realização periódica do exame físico (toque retal) e laboratorial, de sangue (dosagem de PSA) que devem ser realizados juntos, anualmente, a partir dos 45 anos de idade, especialmente quando há histórico de câncer na família. A detecção precoce da doença aumenta em 90% as chances de cura.

Uma dieta rica em frutas, verduras e legumes também ajuda a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas. Também é recomendado ter hábitos saudáveis, como fazer, no mínimo, 30 minutos de atividades físicas por dia.

Não deixe que um preconceito comprometa sua vida e a de sua família. Conscientize-se e também seus amigos e familiares.
Para garantir sua tranquilidade financeira conte com um seguro de vida, por que mesmo prevenindo-se não temos controle sobre os infortúnios.